Os corpos de Magritte fugiam de sua identidade construída socialmente. Como Alice no país das maravilhas, Magritte atravessa o espelho da retina, como dizia Marcel Duchamp, para alcançar uma dimensão mais profunda. Ao pintar Alice, Magritte transita num espaço indefinível e misterioso existente entre palavras e objetos, buscando diferenciar o que pode ser lido e o que pode ser visto. Ele questiona a identificação de um pelo outro e afirma a liberdade na relação entre a palavra e a imagem.
Magritte dizia que não existiam temas em sua pintura. Ele criava imagens que revelavam o desconhecido. As identidades começam a dissolver-se. Isso é capaz de desestabilizar a função da ilustração mimética e sua vocação de buscar reproduzir o que está escrito. Na distância entre as palavras e imagens surge uma diferença misteriosa.
Strolling through the paintings of Magritte, Alice saw that he turned the anatomy of the human body. His painting subverted the visible through a poetic and magical order. The main concern was not copying reality, but revealing the deeper nature and hidden the body. Magritte had the body as multiplicity and fragmentation, a puzzle made of pieces that did not fit, a dip in the unfathomable mystery behind the known reality.
Tatiana Ianovskaia
Bebê porco
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