Alice becomes a flower, becomes a fruit, Alice becomes...
Rene Magritte
"As figuras de Magritte
perdiam em identidade,
mas ganhavam em mistério e diversidade."
Marcel Paquet
Rene Magritte
Alice au pays des merveilles, 1945
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Ele tornava visível o invisível, desafiando a lógica e o bom senso. Seus títulos questionavam a relação entre as palavras e as coisas. Como reconhecer Alice no país das maravilhas naquela imagem, mais próxima talvez do mito de Dafne? Seus títulos não serviam para descrever ou definir uma identidade. Ao contrário indicavam um falso caminho cuja função era confrontar a lógica das palavras e das representações. Como Alice, as figuras de Magritte perdiam em identidade, mas ganhavam em mistério e diversidade .
Alice da pintura era estranhamente ameaçada por uma fruta gigante num mundo de desproporções e metamorfoses, onde os seres inanimados ganham vida numa visão animista e arcaica. Um mundo onde nada era o que parecia ser. Alice reconhecia nele a admiração pela criança e a sua capacidade de perceber novas relações que escapam aos adultos.
Percebeu ali que o que unia os surrealistas às ideias de Lewis Carroll era também a compreensão de que os pensamentos e sentimentos não precisam ser totalmente compreensíveis pela mente consciente e pela razão. Magritte fazia com que ela acreditasse no impossível, como a Rainha Branca do país do espelho, buscando a visão da noite secreta das coisas.
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