We are moved to share the notice that Dorothea Tanning died on January 31, 2012, after 101 years of wonders. She was an exceptional artist, painter, sculptor, writer and poet. During the '40s she was engaged with surrealism and lived for over thirty years with the great artist Max Ernst.
After some time she became involved in other projects, such as making costumes and scenery for dance. In recent years Dorothea turned more to writing, publishing works in prose and verse, including two important volumes of memoirs.
Some of her surrealist pictures have Alice connections and this painting bellow, "Ein Klein Nachtmusik", participate in the recent Alice exhibition at TATE Liverpool, UK.
someone enters death
eyes wide open
like Alice in the country of what’s been seen.
Alejandra Pizarnik
A dream with Dorothea Tanning
Adriana Peliano
The images of Dorothea Tanning presented here are among the most significant, defying and disturbing of all works that dialogue with the universe of "Alice in Wonderland".
(1) CARDINAL Roger. apud. STERN, Jeffrey. Lewis Carroll the Surrealist. In. GIULLIANO, Edward. Lewis Carroll: A celebration. Random House, 1981.
Estamos tristes em compartilhar a noticia de que Dorothea Tanning se foi no dia 31 de janeiro de 2012, aos 101 anos de milmaravilhas. Ela foi uma artista excepcional, pintora, escultora, escritora e poeta. Na década 40 participou do surrealismo, quando fez pinturas magníficas. Foi casada durante mais de trinta anos com o incrível artista Max Ernst.
Algumas de suas obras apresentam conexões com Alice, incluindo a pintura 'Ein Klein Nachtmusik' que esteve presente na recente exposição sobre Alice na TATE Liverpool, UK.
As imagens de Dorothea Tanning aqui apresentadas estão entre as mais significativas e inquietantes entre todas as obras que dialogam com o universo de "Alice no País das Maravilhas".
As imagens de Dorothea Tanning aqui apresentadas estão entre as mais significativas e inquietantes entre todas as obras que dialogam com o universo de "Alice no País das Maravilhas".
y alguien entra en la muerte
con los hojos abiertos
como Alicia en el país de lo ya visto.
Alejandra Pizarnik
Um sonho com Dorothea
Adriana Peliano
Eu então acordei e vi que ainda estava sonhando. Foi quando um coelho surrealista saiu da cartola e anunciou: Alice provoca uma rebelião contra uma visão racional do mundo, contra as grades convencionais do desejo, contra concepções mecânicas do tempo e espaço. (1) Ela vive num cenário onde nada é normal ou previsível. Onde ela não permanece do mesmo tamanho nem preserva seu próprio nome. Onde não existe fronteira entre dormir e acordar. Através de Alice e o que o surrealismo encontrou lá.
(1) CARDINAL Roger. apud. STERN, Jeffrey. Lewis Carroll the Surrealist. In. GIULLIANO, Edward. Lewis Carroll: A celebration. Random House, 1981.
(1) \ MEIRELLES, Cecília. Problemas da literatura infantil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
"(...) Alice abriu outra porta e se deparou com outros pesadelos que se desdobravam em crises, conflitos e medos em relação a um mundo adulto com regras incompreensíveis e tirânicas. Foi quando viu duas imagens impactantes que descobriria foram criadas por Dorothea Tanning, como Leonora, também casada com Max Ernst. Alice se torna espaço para pesadelos de morte e desejo, ansiedades, mistérios, mergulhos no desconhecido. A metamorfose é o movimento do corpo que se assombra, ritos de passagem, suspensão da realidade. No fundo, a direita, a menina se transformara em espelho, portas, metamorfoses, viagens ao desconhecido.
Quando criança Dorothea escapava para um mundo próprio de fantasia pela leitura de textos góticos, contos de fadas e autores como Carroll, Andersen e Wilde. Nas pinturas de Dorothea transbordava o estranhamento, a atração e a repulsa, entre o impulso erótico em sua potência libertadora e o medo de mergulhar no mundo instintivo. Como Alice, suas heroínas faziam viagens pessoais de meninas para mulheres. Diante daquelas telas Alice era lançada ao desconhecido. Via corpos em transformações violentas que afirmavam a busca de uma conexão feroz com o maravilhoso. Via imagens poderosas e inquietantes da turbulência da puberdade e descoberta da sexualidade. Os espaços interiores se tornavam assombro e pesadelo. (...)"
Adriana Peliano
"As Alices transitavam entre a criança e a mulher adulta e seus mistérios sexuais, seu trânsito pelos mundos ocultos. Diante desse aparente dilema, o que o surrealismo fez foi criar novas Alices. Saber até que ponto essas Alices já estavam no livro ou surgiram a partir dele talvez não seja a questão. O fato é que o surrealismo mostrou o quanto Alice podia ser transformada e como muitas outras estórias moram dentro de uma estória, se não buscarmos uma rigida fidelidade com o original, mas um compromisso com o que criamos a partir dele. Alice fertiliza mundos, prolifera viagens, transita entre novas realidades, aberta para transformar-se a cada momento. No surrealismo os artistas recriam Alice se recriando já que a leitura é criação. O surrealismo mostrou o quanto a arte dá passagem para um movimento aonde a imaginação viaja pelo maravilhoso. Não o que Alice foi, mas o que pode vir a ser."
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