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30 de abr. de 2011

Doll Alice by Mahoko Akiyama



It’s a girl! – Where are her eyes? – It is a girl! – Where are her breasts? – It’s a girl! – What is she saying? – It’s a girl! – What is she playing? It’s a girl, it is my desire!

Paul Eluard
in dialogue with Hans Bellmer






Alice is a journey across borders, a mystery running from our dreams. 
A book inside a book, a dream inside a dream.  The doors invite us.


Mahoko Akiyama



Mahoko Akiyama


"I have always created dolls in accordance with the dictates of my heart at the time. Then I spend long hours in my room with the dolls I have finished creating or those that are unfinished, and photograph the various doll stories that float up in my imagination... In this manner, for several years, I have shot and collected one photo after another".


Mahoko Akiyama



AKIYAMA MAHOKO DOLL GALLERY


BOOK







editor:Kawade Shobo Shin-Sha, 2004







Mahoko Akiyama is a renowned Japanese doll maker/photographer. Shadowy images in her work provide a mysterious and brooding atmosphere that strongly evokes Hans Bellmer (especially in the hand-colored pastel images that pay homage to "La Poupee"), Bernard Faucon, David Hamilton, The Brothers Quay, and Katan Amano. 

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Hans Bellmer

Hans Bellmer


Hans Bellmer


Mahoko Akiyama 
Mahoko Akiyama 
pictures found at:

magazine:
YASO # victorian
Influences and Metamorphoses of Victorian Culture
in Today's Japanese Sub - cultures


Em suas aventuras pelo mundo das artes, Alice encontrou estupefata uma menina fragmentada, um corpo montado e desmontado infinitamente. Imagens de sonho e um estranhamento radical. Alice viu os jogos com a boneca e a série de fotografias "Variações sobre a montagem de uma menina desarticulada" de Hans Bellmer.

 Alice convidava os duplos e múltiplos de si mesma, enquanto a menina de Bellmer se duplicava, permutava, decompunha, invertia e transformava a anatomia humana num deslocamento constante. A forma humana era alterada e precipitada num interminável jogo de metamorfoses. E Alice, aquela que tinha comido o cogumelo fazendo com que sua cabeça fosse parar nos pés?



Hans Bellmer
gelatin silver photograph, hand coloured
 La Poupée. Seconde partie, undated (1936?)


Alice soube com Eliane Robert Moraes que a dinâmica da boneca desarticulada surgiu num embate com um mundo em guerra em que a vida sofria toda ordem de ameaças. Não havia outra forma de afirmar a existência senão colocando o corpo humano em questão. A boneca mostrava a impossibilidade de fixar a figura humana em uma forma definitiva . Hans Bellmer afirmou que queria construir uma menina artificial com possibilidades anatômicas capazes de inventar novos desejos.


 As bonecas de Hans Bellmer viajavam no inconsciente das representações do corpo, da linguagem e do maravilhoso, num trânsito entre o animado e o inanimado, consciente e inconsciente, numa contínua transformação movida pelo desejo. Como um objeto surrealista transgredia as fronteiras entre o sujeito e o objeto, o eu e o outro. Única e múltipla, a boneca vivia potencialmente um fluxo contínuo de transformações, transgredindo o princípio de identidade. A boneca representava, pois o oposto do corpo numa forma definitiva. Essas bonecas transgrediam os padrões da anatomia humana, libertados dos cânones normatizados na exploração das possibilidades físicas do ser humano. “Se rendiam à dinâmica improdutiva dos devaneios eróticos”.





Hans Bellmer
Machine Gun(neress) in a State of Grace, 1937




Segundo Eliane Robert Moraes, reafirmava o princípio de inutilidade da máquina humana, realçando seu funcionamento sem sentido como reação ao drama vivido na Alemanha dos anos 30 em protesto à ascensão de Hitler. Encarnava a insubordinação do desejo expressando uma negação absoluta das terríveis condições históricas. “Insólitas engenhocas, por sua inutilidade e improdutividade supõe uma indomável revolta do espírito contra toda a escravização do corpo.



Referências bibliográficas:
 MORAES, Eliane Robert. In: GREINER, Christine; AMORIM, Claudia. Leituras do sexo. São Paulo: Annablume, 2006.
MORAES, Eliane Robert. O Corpo Impossível. São Paulo: Iluminuras, 2002.



about Hans Bellmer:

Death, desire and the doll: the life and art of Hans Bellmer

"Death, Desire, and the Doll is the only complete illustrated biography of Hans Bellmer, and includes detailed analysis of his entire artistic oeuvre. Featuring many of Bellmer’s surreal/erotic drawings, paintings and sculptures as well as his classic series of Doll photographs, Death, Deisre, and the Doll also tells the complete story of Bellmer’s remarkable life, from Nazi Germany to the inner circle of the Paris Surrealists and beyond. It is a fascinating story which encompasses the history of both surrealist and erotic art and literature, and which firmly positions Hans Bellmer at the forefront of the 20th Century avant-garde. De Sade, Bataille, Jean de Berg and André Pieyre de Mandiargues are just some of the authors whose work Bellmer enhanced with his incredibly perverse and complex illustrations. With his legendary Doll, Bellmer established one of the most disturbing creations in modern art, while his text The Anatomy of the Image remains crucial to understanding the eciprocity between body and imagination." Amazon


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