“Os buracos negros podem ter passagens para outros mundos. Se quiséssemos mergulhar num buraco negro, poderíamos reemergir, pensa-se, numa parte diferente do Universo e noutra época do tempo ... Os buracos negros podem ser entradas para Países das Maravilhas. Mas haverá lá Alices e coelhos brancos?” Carl Sagan
Viajante do extraordinário, Alice atravessa o espelho e passa por túneis, labirintos, tabuleiros, jardins enigmágicos e florestas onde as coisas não tem nomes, além de portas que levam a outras portas. A obra de Lewis Carroll é a terra incógnita na qual o leitor pode atravessar, se perder e encontrar novos sentidos. Uma frase pode conter mundos maravilhosos, uma imagem prolifera desejos, uma pergunta desdobra enigmas e paradoxos. Ao percorrermos as paisagens de amaravilhas, percorremos também nossas paisagens interiores. Como disse o gato de Cheshire, o caminho a seguir, depende de onde queremos chegar.
Alice provoca uma rebelião contra uma visão racionalista do mundo, contra as caixas que aprisionam o pensamento, contra concepções mecânicas do tempo e espaço. Os labirintos de Carroll mostram os enganos e as armadilhas que nos oferece o raciocínio lógico que encaixa o mundo em categorias fixas e acomodadas. Alice vive num cenário onde tudo é alienígena e nada é normal ou previsível. Ao desafiar o bom senso e o senso comum, os mundos paralelos de Carroll anunciaram o futuro com a descoberta de que o espaço e o tempo são curvos e podemos viajar para outros universos, atravessando portais e dimensões inexploradas tanto do mundo exterior quanto da consciência humana.
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