This is a beautiful and subtle adaptation of Jabberwocky to visual arts. Jan Švankmajer has also filmed Alice in Wonderland in the most astonishing movie ever made about the adventures of Alice, our metamorphic wonder girl. This short movie doesn't purpose a fidelity to the story narrated in the poem Jabberwocky, by Lewis Carroll. It is plenty of poetic images that bring the potency of the memories of childhood as the source of creativity and surreal imagination. Švankmajer is a treasure.
Švankmajer acreditava numa afinidade espiritual entre sua Alice e a Alice de Carroll já que a obra de arte é sempre uma negociação entre universos criativos de diferentes artistas assim como do público das obras. “Mas o surrealismo não é arte.” Retrucou Švankmajer. “É um caminho espiritual, uma jornada nas profundezas da alma, como a alquimia e a psicanálise. Não é uma viagem individual, mas coletiva. Uma atitude diante da vida e do mundo”. O surrealismo estava voltado para a vida “para o homem em sua totalidade e a transformação do mundo. A produção artística e literária foi o modo de expressar e realizar esse ímpeto transformador”, disse Claudio Willer .
Segundo Švankmajer, durante seu trabalho recebia impulsos vindos do mundo exterior que mergulhavam num laboratório interior ao qual não tinha acesso. Como um alquimista estava sempre destilando a água de suas experiências – da infância, das obsessões, idiossincrasias, ansiedades para que a água densa do conhecimento, essencial para a transmutação da vida, começasse a fluir. O conteúdo latente dos sonhos e os fragmentos da realidade com o qual crio os meus trabalhos são indecifráveis para mim. Conta o artista.
Muitos observadores querem lançar sobre o meu trabalho sistemas interpretativos para decifrar o enigma [...] isso, entretanto, é um grande erro. O público pode apenas decifrar o conteúdo latente de uma trabalho surrealista segundo analogias ancoradas em sua morfologia mental e assim se estabelece uma possível inter-relação entre a obra e o público.
“Se for comparar o sonho com algo, comparo com a infância”. O artista retornava à imaginação de sua infância, relembrando antigos contos que provocavam medo, horror e ansiedade. “Eu nunca vi a minha infância como algo que eu deixei para trás”. O mundo de Alice era fermentado pela própria infância com suas obsessões e ansiedades, uma criança ameaçada por suas fantasias povoadas por criaturas num mundo estranho, irracional, grotesco e macabro.
Se renda a suas obsessões, disse o alquimista. Não existe nada melhor. Obsessões são relíquias da infância e os mais preciosos tesouros vêm das profundezas da infância. Você deve sempre deixar as portas da sua infância abertas. Não falo do consciente e das memórias, mas dos sentimentos e do inconsciente. Imaginação é subversiva pois coloca as possibilidades diante da realidade. É por isso que você deveria usar sempre a sua imaginação mais selvagem. Uma visão não estética da criatividade faz com que ela se aproxime das formas da imaginação.
"Criatividade é um processo de liberar as pessoas."
Švankmajer
If I compare the dream to something, compare it to childhood, said Švankmajer. The artist returned to the imagination of his childhood, recalling old tales that provoke fear, horror and anxiety. "I never saw my childhood as something that I left behind." The world of Alice was leavened by his own childhood with his obsessions and anxieties, a child threatened by their fantasies populated by creatures in a strange world, irrational, grotesque and macabre.
Surrender to your obsessions, said the alchemist. There is nothing better. Obsessions are relics of childhood and the most precious treasures come from the depths of childhood. You should always leave the door open from his childhood. I speak not of conscious memories, but the feelings and the unconscious. Imagination is subversive because it puts forth the possibilities of reality. This is why you should always use your wildest imagination. A vision is not aesthetic creativity makes her approach forms the imagination.
"Creativity is a process of releasing people."
Švankmajer
source: HAMES, Peter. Dark Alchemy. The cinema of Švankmajer. London: Wallflower press, 1995.
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