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27 de jul. de 2015

Isabela Biehl no país das Alices

Ela uma vez 

"Olá, meu nome é Isabela Taíla Biehl e eu gostaria muito da oportunidade de entrar para a Sociedade Lewis Carroll do Brasil, ficaria muito feliz mesmo se me fosse dada esta maravilhosa chance, se ainda tiver tempo, aguardo ansiosa por uma resposta, desde já, obrigada."


Isabela Biehl no evento Carrollsday 2015 | foto: Alexandre Guzanshe


"Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.
Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade."
Paulo Mendes Campos

Dia 4 de julho de 2015 foram celebrados os 150 anos das Aventuras de Alice no país das maravilhas. Quem visitou o evento Carrollsday em Belo Horizonte, produzido pela rainha colorida Beatriz Mom, pôde perceber, mais uma vez, que Alice não cansa de alicinar novas aventuras. 

Nessa data tive a oportunidade de conhecer Isabela Biehl, uma Alice brasileira que também mergulha na toca do coelho e atravessa o espelho de Alice para se inspirar na vida e na arte. Lewis Carroll, Gabriel Garcia Marquez entre outros caminhos literários e artísticos abrem portas para o mundo fantástico e o maravilhoso, fertilizando sua imaginação de alicinações e "invencionices". 

Sempre me lembro da maravilhosa carta de Paulo Mendes Campos para sua filha quando ela completou 15 anos e recebeu um livro de Alice de presente. "Esse livro é doido, Maria. Isso é, o sentido está em ti". São pessoas como nós que colocam em prática esse manual alicedélico e alicinante  de ser e viver e  se reinventar.



" Sou Isabela, tenho 16 anos, escrevo compulsivamente, porém nunca publiquei nada (ainda), não tenho trabalho definitivo (praticamente vagabundeio), estou no terceiro ano do ensino médio, moro no interior do Mato Grosso do Sul e eu sou mais uma sonhadora desvairada que inventou um universo paralelo para poder viver entre as loucuras de minha mente, apaixonada por tudo que seja do País das Maravilhas, de Macondo, ou de qualquer outro lugar fantástico onde o incrível e o maravilhoso façam parte da rotina, desejo muito aprender muitas coisas com vocês e compartilhar um pouco das minha "invencionices".


Isabela Biehl no evento Carrollsday 2015 | foto: Alexandre Guzanshe


"Oi de novo, consegui mais tempo, felizmente,

Bem, eu li pela primeira vez o livro da Alice no País das Maravilhas em 2009, peguei emprestado na biblioteca da escola, era uma edição laranja, acho que do Jorge Furtado, li num dia só, lembro de tudo isso, eu sempre gostei de ler e escrever, minha mãe é professora e meu pai é dramaturgo então ela sempre me incentivou a gostar de ler, de musica e desde que eu aprendi a escrever gosto de inventar e escrever historias, e as historias que eu inventava desde essa época são sempre muito loucas, absurdas por que eu sempre gostei daquilo que era inesperado, misturado, onde tudo pudesse acontecer, uma coisa que eu lembro bem é que eu amava quando a professora passava como tarefa inventar um texto e geralmente o meu tinha algumas páginas, e muitas vezes nem a professora acreditava que eu tivesse criado, ela achava que eu tinha copiado e minha mãe tinha que ir na escola confirmar que eu é quem tinha escrito, e foi justamente esse apreço meu pelas coisas diferentes, malucas que me fez me apaixonar pelos livros da Alice. Eu nem sabia, antes, que a historia da Alice era um livro, por que até então eu achava que era só um conto, mas aí eu vi na estante da biblioteca o livro com o título aí eu fiquei curiosa e peguei para ler, então eu conheci as partes menos famosas como a da duquesa a do grifo e da tartaruga falsa, e eu li esse livro antes de ter assistido qualquer filme da Alice, então eu li sem aquela imagem mas popular da Alice.



 Essa é a edição que eu li, então as primeiras ilustrações da Alice que eu tive contado foi desse livro, eu até achei bonitas as ilustrações, e lembro que gostei muito dessa edição do livro, por que as cantigas e poemas que a Alice recita não são os originais, mas são cantigas mais conhecidas no Brasil, e penso que o mesmo efeito de confusão na hora em que ela troca as palavras do poema foi mantido justamente por serem letras que conhecia, então eu lembro de ficar confusa ali junto com a Alice, sabendo que tava tudo errado. ​

Uma coisa que eu também sempre gostei de fazer é pesquisar, adoro pesquisar sobre qualquer assunto, quando eu me interesso por algo ou pela vida de alguma personagem eu vou a fundo, pesquiso tudo o que puder sobre aquilo ou aquela pessoa, e Alice também entrou no campo de pesquisa, quando eu li a primeira vez o livro, tinha lá aquele poema no começo e alguma coisa atras sobre como a historia foi escrita, e eu lembro até que na época eu pensei que Lewis Carroll tivesse escrito a historia DURANTE o passeio. Logo quando eu fui morar com os meus pais (até os 11 eu morava com meus avós e minha mãe) eu comecei a pesquisar sobre a historia do livro, e aí que eu descobri mais sobre o autor, sobre a Alice, e claro, dei de cara várias vezes com aquela historia de pedofilia e coisa e tal, mas aí que eu quis ler o livro novamente para ver todas aquelas referências que têm, os tais trocadilhos, mas eu estava sempre estudando algo mais sobre o autor e sua obra, de 2011 a 2014 eu dei uma pequena trégua nesses estudos sobre a Alice, por que na época aconteceram muitas coisas, mudamos duas vezes de cidade, até em 2012 é que eu assisti pela primeira os filmes da Alice o primeiro de 1951 e depois o do Tim Burton, e por já ter lido o livro vi muitas coisas que não tinham nada a ver, mas aí foi em 2014, eu já sabia que tinha a continuação Através do Espelho e o que Alice encontrou por Lá, e pedi para a minha mãe de presente de 16 anos, e ele me encomendou pela Estante Virtual, uma edição um pouco antiga com ilustrações estilo art noveau, e eu amei mais ainda esse livro, apesar de ter achado ele um pouco mais melancólico que o primeiro, mas para mim ele tem as passagens mais bonitas de toda a historia da Alice, a duas leituras para mim são muito pessoais mas do Através do Espelho é um pouquinho mais significativa.

Agora, minha relação mesmo desde o ano passado, eu nem só com a Alice, mas com Lewis Carroll mesmo, amo ele demais, muito muito muito muito, como eu já contei em abril de 2014, eu ganhei através do espelho, nas férias de julho eu comprei a edição comentada por Martin Gardner, aí eu aprendi a usar a estante virtual e não parei mais, li a biografia do Carroll por Morton N Cohen, tenho o livro de cartas dele (que eu amooo!) e as outras obras dele publicadas no Brasil como Silvie e Bruno, Caça ao Turpente (que meu meu irmão também adorou) Rimas no País das Maravilhas por José Paulo Paes (maravilhoso, lindo demais esse livro) Alice no Subterrâneo, a Cuidadosa Alice, Lewis Carroll na Era Vitoriana (que aliás eu comprei só pelas suas colagens que as acho íncriveis) e minha coleção por aí vai, incluindo recentemente é claro, a edição comemorativa de 150 anos que minha mãe leu (pela primeira vez) enquanto esteve comigo no hospital.

 Agora eu tenho de ir, mas assim que puder lhe contarei mais sobre a minha fascinação com tudo relacionado a Alice e a Lewis Carroll."



Isabela Biehl no evento Carrollsday 2015 | foto: Alexandre Guzanshe



 Carrollsday 2015 | foto: Alexandre Guzanshe





"Alice que ganhei das mãos da Isabela Rondora @isabelalice_biehl que veio de MS pro último @carrollsday. Foi feita por seu pai, Wagner Rondora (dramaturgo e professor de teatro), modelando apenas sacolas plásticas. 100% sacolas plásticas." Beatriz Mom


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