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26 de out. de 2010

Alice móvel e mutante


Magritte


Pat Andrea



Passeando pelas pinturas de Magritte, Alice viu que ele transformava a anatomia do corpo humano. Sua pintura subvertia o visível por meio de uma ordem mágica e poética. A principal preocupação não era copiar a realidade, mas antes revelar a natureza mais profunda e escondida do corpo. Magritte apresentava o corpo como multiplicidade e fragmentação, um puzzle feito de peças que não se encaixavam, um mergulho no mistério insondável por trás da realidade conhecida. 

Os corpos de Magritte fugiam de sua identidade construída socialmente. Como Alice no país das maravilhas, Magritte atravessa o espelho da retina, como dizia Marcel Duchamp, para alcançar uma dimensão mais profunda. Ao pintar Alice, Magritte transita num espaço indefinível e misterioso existente entre palavras e objetos, buscando diferenciar o que pode ser lido e o que pode ser visto. Ele questiona a identificação de um pelo outro e afirma a liberdade na relação entre a palavra e a imagem. 


Magritte dizia que não existiam temas em sua pintura. Ele criava imagens que revelavam o desconhecido. As identidades começam a dissolver-se. Isso é capaz de desestabilizar a função da ilustração mimética e sua vocação de buscar reproduzir o que está escrito. Na distância entre as palavras e imagens surge uma diferença misteriosa.


Strolling through the paintings of Magritte, Alice saw that he turned the anatomy of the human body. His painting subverted the visible through a poetic and magical order. The main concern was not copying reality, but revealing the deeper nature and hidden the body. Magritte had the body as multiplicity and fragmentation, a puzzle made ​​of pieces that did not fit, a dip in the unfathomable mystery behind the known reality.


Tatiana Ianovskaia
Bebê porco


Source:
PAQUET, Marcel. Magritte. Köln: Taschen, 2000



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